segunda-feira, 12 de março de 2007

Insônia

Estou cá, sentada em frente ao monitor, olhando... E refletindo, pra me distrair, sobre como as pessoas transfiguradas em mundo ao me redor são "elas". O calor continua reinando e o vazio nos pensamentos deixa uma pequena angustia no peito. Procuro palavra, vírgula, porem e porquê. Mas tudo cala, o sentimento vira algo indissolúvel em lágrimas, vira algo entalado na garganta e na janela da alma. O orgulho segura as mãos que buscam o afagar de seus cabelos, a sede de sua vida é saciada com água pura, água pura que não saceia nem essa minha vontade de deitar no teu colo, entender, chorar e depois me pegar rindo de qualquer bobagem que nós sempre falamos sobre o tempo, por exemplo.
Observo-te lá a descansar, fico inerte, só a imaginar todas as construções que você colocou entre nós pra me impedir que explique, talvez porque já conheça todas as minhas explicações, talvez porque elas sejam inúteis pra você agora. Fico pensando porque foi mesmo que fiz ou deixei de fazer, porque foi que não me calei na hora certa, que pedi seu olhar que me conforta no instante do boa noite, porque foi que segurei tudo, guardei tudo e fiquei com esse sentimento de não sei o quê me prendendo as asas que foram construídas ao seu lado.
Em dias assim gostaria de fugir, de te levar em meu foguete de papelão estacionado em um canto bonito de meu coração até passargada. Gostaria que você percebesse que tudo que faço de errado é porque sou imatura, sou sua pequena de porcelana, que aprende, compreende, mas vez ou outra fica perdida em meio as coisas que não pode resolver, as coisas que nem ela compreende. Em dias assim a falta de seu carinho me deixa sem um rumo, me deixa a vagar, me deixa quieta do seu lado te observando dormir, sem ação, apenas sonhando com o dia que todo esse desentendimento terá fim e que eu poderei dormir na paz dos teus braços novamente.

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