Tem dias, e nem precisa ser "fevereiro no Rio de Janeiro", que o mundo parece girar em contra-mão. No rádio toca a música que você não quer ouvir, no coração canções que você quis fugir. E lá no fundo fica o pão-de-açúcar a escancarar desejos, sonhos, transtornos, finalidades, ilusões.
Dentro da mente baratas voadoras não me deixam dormir. Dentro do quarto o vazio das paredes geometricamente gélidas. Dentro da alma um refúgio, um canto escuro, um sonho. Deixo tudo guardado em um potinho, desses que você esconde vagalumes quando criança pra não se transformarem em estrelas, desses que você deixou em um canto escuro de uma gaveta e procura, procura, procura...
E em dias assim, você encontra e então tem a exata certeza de que agora não são necessários contos de fadas , nem príncipes, nem uma vida que eu gostaria de ter como ideal. Agora eu só preciso dos seus olhos que escancaram uma doçura do tamanho dos meus sonhos e desse meu medo de dizer, desse meu medo que cala todas as juras guardadas em um suspiro, todas as declarações ensaidads enquanto velava seu sono e toda essa felicidade que transborda e que faz com que em dias assim, do nada, a vida enfim pareça fazer sentido.
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