sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Brasil: “Dos filhos deste solo és mãe gentil”?

Nunca fui patriota, e não foi descaso, acho apenas que meu país não merece. Não dá pra se confiar num país onde a picaretagem é bonita. E velho amigo de olhos arregalados, limpe seus óculos, e olhe bem ao seu redor.

Não digo que no resto do mundo é Neverland, o ser-humano é o ser mais indigno que existe e não se pode esperar muito dele. Espero mais de urubus do que de seres-humanos. Mas o brasileiro consegue ultrapassar a barreira da dignidade tão rapidamente que assusta, bastam uns trocados e uma boa conversa para o jeitinho brasileiro entrar em ação.

Ao meu redor todos culpam o meio. Fulano rouba e a culpa é do rico, que o estraçalha, que não o dá oportunidade e que o prende nessa sociedade capitalista.

Prezados senhores, eu nasci pobre, fui pobre uma grande parte da minha vida, minha mãe nunca concluiu o chamado ensino fundamental, no entanto, enquanto esses pequenos delinqüentes desprotegidos estavam remexendo as cadeiras em um baile funk, a minha estava pregada em uma poltrona, às 11 da noite, enquanto minha cabeça tentava equacionar todas as informações que recebia regada com café pra não entrar em pane e dormir. Eu fui muito mais pobre do que sou hoje e não tenho vergonha disso, no entanto, não tenho orgulho da minha pobreza. Eu busco o sucesso e só. E se as pessoas não são capazes o suficiente pra buscar o seu sucesso não é um problema meu. Como diria o poeta “coitado é filho de rato que nasce pelado”.

E os coitados do Brasil, caros senhores, reclamam muito dos seus governantes, é escândalo atrás de escândalo, é tanto dinheiro pro senhor senador e nada pra os brasileiros lutadores do nosso país. Eles que vêem o nosso país afundar em sua TV a cabo GATO, que se enrolam com os impostos e roubam energia elétrica do vizinho, que acham celular na rua e a necessidade os obrigam a jogar correndo o chip fora e ir vendê-lo, Deus, proteja a alma desse povo que sofre desmerecidamente! E dê-lhes belas vendas de camurça pra agüentar o sofrimento!

Caros amigos, sinto dizer-lhes, mas aqueles caras lá no Congresso são a foto-imagem do Brasil. Então, novamente limpem seus óculos, e comecem onde ainda tem jeito: vocês.

Como sei que nesse exato momento o brasileiro está pensando que eu sou uma insensível, que não gosto dos pobres e que sou uma americanizada de merda, eu jogo a toalha.

Mas ainda resta vida longe daqui... Um dia ainda roubo um iate, fujo pra Itália e vou viver em uma pequena vila de uvas. Até lá, meu amigo, fico aqui, assim, vendo a terra que me criou ser estraçalhada pela mediocridade e estupidez do povo que a ocupou.

É isso ai Brasil, vamos que vamos, de que importa a honestidade quando estamos rumo ao hexa?

Um comentário:

gelz disse...

alto nível de acidez detectado! =D
eu estava pensando tb sobre essa cultura da malandragem.. eu a odeio.
e nao eh so a malandragem, eh a dos favores e dos imperativos indiretos..
odeio houhea
e isso q acontece na politica eh cm vc falou, a imagem da ideologia brasileira: ferrar um monte de gente, enganar, sair ganhando e ainda ser ícone houhoa
não aguento mais isso.
qdo for roubar o iate não eskeça de me chamar
=*