Inúmeras vezes observo o céu repetir-se na janela e cada dia acredito mais que o mundo, assim cor de anil ou cor de jambo, é enfadonho. E não digo pelas várias vezes que passei por ali, ou pelas vezes que deixei de estar aqui, ou pelos tantos “poréms” que impediram-me de ser levada para acolá. Cada traço da cidade cinza parece-me só, e acho, em dias assim, que tudo existe de forma singular porque necessariamente somos sós. Insistimos em ser metade porque apesar de tudo, por algum descuido da natureza, necessitamos de cuidado, de um olhar que descansa, precisamos lutar contra tudo que somos porque é assim que tem de ser.
Cada molécula que nunca irá repetir-se novamente, cada segundo que voa pelo tempo e nunca mais viverá a não ser em nossa mente. Penso em tudo que vai e tudo que fica, e o passado substancialmente me soa tão presente quanto a vida, e a linha que o distingue do agora faz-se tão frágil que hora ou outra me perco no tempo tentando esquecer tudo que foi e o medo do que será.
E o tempo passa pela janela e não peço carona, observo-o indo e vindo, suas curvas, seus desvios, seus atropelos, seus inesperados encontros, suas paixões e suas lágrimas escorrendo. Tento livrar-me dele mas ele me gruda, me pega, me leva daqui pra o passado e vez outra me traz de volta assim, ressabiada... Leva-me daqui pro futuro e vez ou outra me traz de volta assim, com sonhos juvenis. Leva-me pra o presente e não me trás de volta não, fico inerte dentro de cada esboço de sorriso que dou e que guardo dentro de mim como um tesouro inimaginável.
Dentro de cada instante tento esquecer-me de todas as coisas necessárias, mas elas invadem o meu mundo em dias irrelevantes, em horas inesperadas, preenchem o vazio de meus pensamentos e devastam tudo que plantei e reguei em meu coração. Ficam martelando, viram idéias fixas e voam, voam por ai e por aqui sempre que estou a distrair-me com os andares de viver.
Chove lá fora, e o vidro novamente esta embaçado, e na névoa bem ali à frente eu percebo o que tanto me custa enxergar. Viver dói, viver cura... E viver inesperadamente é a única solução para nós, esses bichinhos tão instintos ultimamente, os sonhadores.
Cada molécula que nunca irá repetir-se novamente, cada segundo que voa pelo tempo e nunca mais viverá a não ser em nossa mente. Penso em tudo que vai e tudo que fica, e o passado substancialmente me soa tão presente quanto a vida, e a linha que o distingue do agora faz-se tão frágil que hora ou outra me perco no tempo tentando esquecer tudo que foi e o medo do que será.
E o tempo passa pela janela e não peço carona, observo-o indo e vindo, suas curvas, seus desvios, seus atropelos, seus inesperados encontros, suas paixões e suas lágrimas escorrendo. Tento livrar-me dele mas ele me gruda, me pega, me leva daqui pra o passado e vez outra me traz de volta assim, ressabiada... Leva-me daqui pro futuro e vez ou outra me traz de volta assim, com sonhos juvenis. Leva-me pra o presente e não me trás de volta não, fico inerte dentro de cada esboço de sorriso que dou e que guardo dentro de mim como um tesouro inimaginável.
Dentro de cada instante tento esquecer-me de todas as coisas necessárias, mas elas invadem o meu mundo em dias irrelevantes, em horas inesperadas, preenchem o vazio de meus pensamentos e devastam tudo que plantei e reguei em meu coração. Ficam martelando, viram idéias fixas e voam, voam por ai e por aqui sempre que estou a distrair-me com os andares de viver.
Chove lá fora, e o vidro novamente esta embaçado, e na névoa bem ali à frente eu percebo o que tanto me custa enxergar. Viver dói, viver cura... E viver inesperadamente é a única solução para nós, esses bichinhos tão instintos ultimamente, os sonhadores.
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